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terça-feira, 30 de abril de 2013

Só perguntas Erradas

Quem poderia ser a uma hora dessas?



"Existe um método simples pra encontrar uma pessoa quando você ouve seus gritos. Primeiro, pegue uma folha em branco e um lápis bem apontado. Depois trace nove colunas, cada uma delas com quatorze casas. Então jogue o papel fora e encontre quem está gritando para poder ajudá-lo. Não é hora de perder tempo com papel."

Lemony Snicket (que é o personagem, mesmo seu nome em destaque como autor) é um garoto de 13 anos que vai executar seu primeiro trabalho para uma organização que não é especificada no livro.

Ele é recrutado e escolhe como tutora uma mulher de nome S. Theodora Markson, uma tutora de posição 52 em uma lista de melhores tutores com 52 tutores no total.

A primeira missão que recebem é em uma cidade de nome Manchado-pelo-mar, um lugar que era mar e secou, dando lugar a uma cidade que vivia da tinta extraída de polvos do subsolo, mas que já perdeu sua fonte de dinheiro e está quase abandonada, a missão que eles recebem é a de recuperar uma estatueta da Fera Ressonante, um animal lendário do lugar.

Acaba que a história envolvendo essa estatueta se torna um mistério cada vez maior com cada vez mais personagens em seu encalço sem, na realidade, parecer algo tão significativo, já que a estatueta esteve jogada em uma mesa velha com quinquilharias juntando pó por anos.

Eu me interessei por esse livro desde que vi a resenha do Danilo do cabine literária (https://www.youtube.com/watch?v=njcbXDychms), e já que o autor é Daniel Handler (o mesmo de Desventuras em Série) resolvi me aventurar nesse volume.

O livro é um infanto-juvenil com uma sucessão de mistérios cujas respostas não nos são dadas e com situações que permanecem no ar.

Apesar de não gostar de perguntas sem respostas (mal de todo curioso), gostei muito da escrita doa autor, que coloca em um garoto de apenas 13 anos uma personalidade peculiar sem que este se torne um esteriótipo de adulto demais para a idade, nem infantil em excesso.

A escrita é na medida, os cenários são misteriosos e os acontecimentos ainda mais intrigantes, um ótimo infanto-juvenil para qualquer idade.

"'Então você está relutante', disse a mim mesmo. Muita, muita gente reluta. É como ter pés. Não é motivo para se orgulhar."

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Os Mundos de Crestomanci: Vida Encantada



Eric Chant, mais conhecido como Gato e Gwendolen Chant são irmãos que ficaram órfãos depois de um acidente com um navio a vapor em que ambos sobreviveram.

Gato é um garotinho que não possui nada de muito especial, mas admira muito sua irmã mais velha porque ela é uma bruxa.

Quando ficam órfãos, uma velha bruxa os leva para morar com ela na rua Sabá, lugar de vários tipos de pessoas relacionadas a magia, desde videntes até leitores da sorte e bruxos que vendem seus feitiços.

Como Gwendolen mostra-se uma bruxa dotada de grandes poderes, a Sra. Sharp contrata o Sr. Nostrum, um necromante deplorável, mas bom professor, para ensinar magia para a garota em troca de três cartas assinadas por Crestomanc, alguém de aparente grande importância nesse mundo da magia.

Com o avanço das aulas Gwendolen torna-se cada vez mais ambiciosa e traça um planoo que nos é desconhecido até os últimos capítulos, assim, manda uma carta a Crestomanci que vai até eles em pessoa para adotar as duas crianças.

A nova casa é uma mansão, mas, logo nos primeiros dias as crianças são informadas que não serão instruídas em magia, o que deixa Gwendolen, que já é bastante rebelde, ainda mais revoltada, assim todos os dias ela arruma uma nova mal criação para atordoar a todos na casa, e essa parte do livro é realmente bem divertida.

Esse é o primeiro livro da série Os Mundos de Crestomanci, uma série de 7 livros infantis escritos pela britânica Diana Wyynne Jones, que não é ninguém menos que aluna de C.S Lewis (autor das Crônicas de Nárnia) e J.R.R Tolkien (que dispensa apresentações) um livro que eu tinha lido a uns bons dez anos e que nunca mais tinha encontrado em parte alguma.

Nunca escutei falarem muito deles, talvez porque são livros infantis, ou porque o primeiro livro foi lançado em 1977, mas é um desperdício, porque a história é encantadora (sem trocadilhos) com uma sequencia de acontecimentos engraçados e algumas revelações surpreendentes.

Acredito que todos os fanáticos por Harry Potter deveriam ler essa série, já que Gato me faz lembrar muito Harry, tanto em seu carisma, como em seus vastos poderes.

Não sei se fui justa com um livro de que gostei tanto, mas tenho certeza de que é uma ótima leitura para todas as idades.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

O Que Ler?


Todo mundo tem um gênero de livro que mais gosta, da mesma forma que todos tem seu estilo de roupa, ou de cabelo, já que é claro não somos todos iguais, apesar de sermos semelhantes.

Mas não sei se como eu, alguns de vocês leem algo que julgam que é uma leitura "vergonhosa", algo do tipo:  "eu adoro ler isso, mas se alguém souber vai, com certeza, me ridicularizar", isso é algo mais comum do que se podia esperar.

Tem até mesmo aqueles livros da moda que todo mundo compra e depois se desfaz dos seus e fica ridicularizando quem tem e não troca por nada, como é o caso de Crepúsculo, que foi um fenômeno, muita gente leu e começou a ter o gosto pela leitura por causa dessa série e hoje são diminuídos por seu gosto tanto pelos livros como pelos filmes.

Há também os Harry Potter da vida que eu, mesmo já com 25 anos, ainda sou fã incondicional e que já ouvi uma série de comentários depreciativos sobre quem gosta da série, o que é um absurdo.

Queria só deixar bem claro para todos os intelectuais que gostam de Dickens e outros grandes autores clássicos, que livros são livros, independente de serem de Sidney Sheldon e Meg Cabot, ou de um grande renome da literatura, ainda assim o ato de ler já é válido por si só, já enriquece o vocabulário e torna o leitor mais mentalmente ativo, e somente cada um de nós sabe o que lhe agrada nesse ponto.

Enfim, da mesma forma que cada um gosta de algo diferente, cada pessoa também tem seu gosto por estilos de literatura diferente, assim, independente de seu gosto, esqueça as críticas e vá mergulhar em seu livro sem peso na consciência.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

É Agora...ou Nunca





Tara, Katherine e Fintan são amigos desde a infância quando moravam em uma cidadezinha a Irlanda, mas acabam mudando para Londres onde se firmam e cada um segue seu caminho.

Tara é uma mulher atrelada a um relacionamento sem futuro que ela não consegue enxergar o quanto é destrutivo para ela, vive arrumando desculpas para a falta de educação de Thomas e o estresse a faz fumar como uma chaminé, além de comer tudo o que vê pela frente e beber como uma louca.

Katherine é toda certinha, trabalha no setor financeiro de uma empresa de propaganda e é metódica, nunca se atrasa e, acima de tudo, não se envolve em relacionamentos amorosos, já que uma sucessão de relacionamentos mal sucedidos a fizeram desenvolver um certo instinto para afastar-se disso.

Fintan trabalha no ramo da moda e mora junto com Sandro, eles são muito felizes até Fintan descobrir um caroço no pescoço e com ele um câncer no sistema linfático.

Essa história tinha tudo para engrenar, ser emocionante e romântica, mas não espere nada disso.

Marian Keyes errou a mão por completo nesse romance, ele ficou bobo com uma sequencia de acontecimentos sem grande importância e até mesmo o fato de haver alguém com câncer na história não deixa o todo em nada mais interessante, muito pelo contrário, o livro acaba é tornando-se mais massante.

A relação de Tara com Thomas é degradante, ela parece não enxergar como ele é deprimente e a personagem se torna ainda mais deprimente que seu namorado suportando uma humilhação constante.

Katherine, como é de se esperar, encontra alguém para quebrar essa couraça que ela teceu em torno de si, ou seja, nenhuma novidade aí também.

Enfim, não aconselho esse livro nem mesmo para quem quer algo leve e engraçado para ler, já que esse livro não chega nem a ser isso, ele é apenas bobo mesmo, então não desperdicem seu tempo lendo 580 páginas disso, vão ler algo melhor! 


quinta-feira, 4 de abril de 2013

Julieta Imortal



Essa é com toda a certeza a história de Romeu e Julieta mais inusitada que já li!

Julieta é uma ajudante dos Embaixadores, grupo que zela pelas almas gêmeas, e ela é quem da aquele empurrãozinho para que os casais fiquem juntos, mesmo porque  só assim e possível proteger as almas gêmeas dos Mercenários, grupo das sombras que buscam a separação derradeira dos casais.

Para proteger mais uma alma gêmea, Julieta entra no corpo de Ariel, uma garota triste e tímida que não é nada popular e tem uma relação conturbada com a mãe.

Já em poucas horas no corpo de Ariel, Julieta conhece Ben e sente por ele algo inexplicável, ela tinha que proteger um casal de almas gêmeas, mas não imaginava que nessa missão acabaria encontrando sua própria alma gêmea.

Esse Y.A é narrado em primeira pessoa pela Julieta e possui uma leitura rápida repleta dos dilemas e desentendimentos que os adolescentes certamente irão se identificar.

Acho, porém, que a autora se precipitou em certas partes da história deixando o leitor confuso quanto a sucessão de acontecimentos e deixando poucas coisas claras.

A narrativa de Julieta as vezes é bem cansativa, especialmente em relação ao que deve ou não fazer tornando-se repetitiva e dando nos nervos do leitor.

Apesar de tudo, acho que os adolescentes se interessarão bastante elo livro e pela perspectiva de que Romeu e Julieta podem não ser o exemplo de amor, pelo menos nesse livro. 

quarta-feira, 3 de abril de 2013

O Circo da Noite




Atenção: Essa resenha pode te deixar louco para ler esse livro!

Como eu poderia descrever a beleza desse livro apenas com palavras? Não digo isso somente pela capa e pelo cuidado que a Intrínseca teve com esse volume, mas pelo fascínio que é essa narrativa que consegue transportar-nos para um lugar repleto de encantos.

Celia é uma garotinha de seis anos quando é deixada aos cuidados do pai, o grande ilusionista Próspero, que se apresenta em teatros e consegue fazer qualquer platéia ficar sem ar, já que na verdade ele não é só um ilusionista, ele é um mágico de verdade.

Quando ainda é criança Celia começa a ser treinada pelo pai nas artes ocultas da magia e depois de alguns meses de treinamento vê um homem de terno cinza tendo uma conversa confusa com Próspero, e antes de ir embora ele coloca um anel ao redor de um dos dedos da garotinha que primeiro lhe deixa com uma dor súbita e passageira, depois deixa em seu dedo apenas um sinal onde estivera o anel.

Naquele momento começa o jogo que vai gerar uma trama complexa e onde o vencedor acaba perdendo também.

O personagem principal desse romance não é outro que não o tabuleiro desse jogo, o intrigante Le Cirque des Rêves que é um lugar muito além da nossa imaginação.

O circo possui diversas tendas contendo cada uma uma atração própria, desde as atrações mais comuns, como a tenda dos acrobatas e da ilusionista, ate a tenda que tem o poço de lágrimas, onde você joga uma pedrinha e com ela todas as suas mágoas, ou uma tenda que é repleta de caixinhas e garrafas de toda espécie e que se abertas trazem todas as sensações de um lugar, ou de algo.

Esse livro traduz-se como um conto de fadas com todo o encantamento e o mistério tão próprio de algo assim, somente quem ler e entender a magia do Circo da Noite é capaz de entender o quanto a narrativa é envolvente e fascinante.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Extras


Atenção: Esta resenha pode conter spoiler de Feios, Perfeitos e Especiais.

Devo confessar que comecei a leitura de Extras com um pouco de decepção, isso porque esperava que a Tally continuasse como personagem principal da história, mas não é isso o que acontece.

Aya é uma garota que vive em uma cidade liberta, onde não há mais a cirurgia para tornar as pessoas perfeitas e avoadas, mas vive em um mundo onde ser famoso é o que todos querem.

Ela tem seu próprio canal, mas é uma extra, ou seja, ela é uma zé ninguém em sua cidade, alguém que não é famoso e para quem não dão muita importância.

Mas Aya decide mudar isso quando vê garotas surfando em trens magnéticos e decide que vai fazer ma matéria para divulgar isso, o que certamente a levará para um lugar melhor no ranking dos famosos.

Ela consegue tornar-se parte do grupo, mas acaba por descobrir algo muito mais sério que apenas surfe de trens, ela descobrem algo que se parece com uma arma e que pode colocar todo o planeta em risco.

O último livro da série é uma crítica muito bem feita a essa obsessão que o mundo vem adquirindo pela fama sem se importar com mais nada a não ser divulgar o que lhe trouxer mais mídia, o que me fez lembrar bastante de Feios, já que a crítica é tão consistente quanto.

Aya é uma personagem com quem não consegui me identificar e que me deixou um bocado irritada boa parte do livro, mas isso foi compensado pelo grande mistério da história e pela ansiedade de descobrir coisas a cada página.

O último livro da série não é exatamente o que eu esperava, mas ainda assim é muito bom e me fez pensar sobre uma série de coisas, não é a toa que Scott Westerfeld é um dos meus autores favoritos, já que é um dos poucos que conseguem inserir uma crítica tão forte em um Y.A sem deixar a história massante.

Para quem pensa em investir na série, tenha certeza, ela não vai te deixar feliz o tempo todo, mas vale muito a pena.