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domingo, 28 de outubro de 2012


E o conto continua!!

...




Ela caminhou de volta a casa seguida por ele, mas não falou mais nada, mesmo porque sabia que ele não poderia lhe dar qualquer informação, ou não queria, mesmo que ela preferisse que ele tivesse falado a verdade.
_Me espere aqui fora que eu vou pegar alguma coisa para você vestir. Se meu pai te ver assim ele vai enfartar.
_Enfartar?
_Apenas fique aqui até eu voltar.
Catarina voltou a pular a janela de volta ao seu quarto e correu até a pilha de roupas para passar e pegou uma roupa velha de seu pai, ao menos uma que ele não sentisse falta ou identificasse ao primeiro olhar.
 Uma bermuda e uma camisa que estavam em cima da pilha deveriam servir.
Ela voltou correndo para onde deixara-o e viu que ele estava exatamente onde ela no mesmo lugar.
_Aqui, coloque isso – ela deu a roupa para ele.
Com agilidade ele colocou as roupas.
Deram a volta na casa e entraram pela porta da frente fazendo barulho de propósito com a intenção que o dela acordasse, o que deu um rápido resultado, já que em poucos minutos Paulo surgia na porta de seu quarto com seu pijama listrado, ao menos a calça dele.
_Quem é você? – ele perguntou olhando de sua filha para o rapaz.
_Quem sou eu?
_Ele bateu á porta, pai, parece estar desnorteado, pensei que poderíamos ajudá-lo – mentiu Catarina.
Paulo apalpou o aparador ao lado da porta de seu quarto em busca de seus óculos e colocou-os rápido para analisar o forasteiro.
Ele não parecia ser daquela região, era muito branco e louro, aquela região era habitada por homens morenos queimados de sol ou descendentes indígenas e os turistas não costumavam vir ali, o lugar era apenas um povoado, sequer um computador conectado á internet era fácil de encontrar e parecia perdido com uma expressão confusa.
De qualquer forma era um garoto, não deveria ser muito mais velho que sua filha e, seu tempo de experiência em meio á natureza lhe ensinou a distinguir as pessoas, ele não oferecia perigo, isso era visível.
Quem, porém deu o veredicto foi Fiona, a cadela deles que era gorda e desconfiada, sempre latia para todo mundo, mas ela apenas chegou perto do rapaz, cheirou-o, abanou o rabo e deitou-se aos seus pés.
_Você pode ficar por hoje, amanhã vamos procurar descobrir de onde você veio – sentenciou Paulo.
O rapaz sorriu em agradecimento.
Catarina mais que depressa arrumou o sofá para que ele dormisse, enquanto o rapaz ficou fazendo carinho em Fiona. A cadela deveria estar no melhor dos seus humores, já que Catarina nunca a vira brincar daquela forma com ninguém.
_Quero que você tranque a porta do seu quarto hoje – disse Paulo para a filha num sussurro.
_Tudo bem, pai, fique tranqüilo.
Catarina arrumou o sofá para que o rapaz dormisse. Paulo já tinha ido para a cama, dali a poucas horas ele tinha que acordar para ir catalogar algumas espécies de pássaros.
_Pronto, você pode dormir agora.
_Obrigado, você é muito gentil – agradeceu o rapaz com um sorriso que deixou a garota sem ar por alguns instantes.
_Você não se lembra mesmo de quem é?
_Não, minha mente está nublada, não consigo me lembrar de nada.
_Tenho certeza de que logo você vai melhorar.
_Espero que esteja certa!
Ela despediu-se e foi para seu próprio quarto, trancando a porta como seu pai pedira.

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