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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Esse conto está longo, não é? Hoje tem mais uma parte...

...


Depois do café ela tinha que ir até a feira da cidade vizinha comprar alguma comida já que a geladeira estava completamente vazia.
Fiona ficou chorosa quando saíram e Catarina sabia muito bem que não era por causa dela.
_Parece que você e a Fiona tornaram-se amigos mesmo, nunca vi ela assim com ninguém!
_Ela é uma boa cachorra – foi só o que ele disse.
Andaram pela trilha até o rio que teriam que atravessar para chegar até a cidade.
A terra não estava tão úmida, o que facilitou a caminhada, mas o calor estava sufocante e em pouco tempo Catarina estava suando sem parar, mas reparou que Miguel não parecia se incomodar com a temperatura.
_Eu gostaria de saber quem sou, é muito frustrante não saber quem sou, nem o que faço aqui – desabafou ele.
_Você vai descobrir logo, tenho certeza.
A viagem de canoa foi tranqüila, era a parte que Catarina mais gostava, ver a superfície imaculada da água movendo-se sossegadamente ao passo que prosseguiam sempre a deixara relaxada.
Miguel parecia compartilhar do mesmo sentimento, já que apenas olhou as águas e a mata ao redor com olhos de admiração.
A feira trazia o mesmo burburinho de sempre com pessoas alardeando por toda parte seus produtos, no começo ela ficou muito confusa quando viera ali as primeiras vezes, agora já se acostumara.
Miguel andou com ela por toda a feira sem reclamar, seu pai quando vinha não agüentava meia hora, se dependessem dele, eles viveriam de frutas das árvores apenas e mais nada, tudo para não ter que vir até ali.
O caminho de volta foi mais comunicativo, Catarina contou para Miguel todos os detalhes do lugar e os costumes, disse até que a comunidade onde estavam estava preparando uma grande festa para os deuses naquela noite, uma festa de origem indígena.
_Você vai gostar muito, eu tenho certeza.
_Eles fazem festa a que?
_Aos bons espíritos, tem dança, é muito bonito.
Um vento forte começou a soprar quando estavam no meio do lago e Catarina sabia que aquele não era um bom indicio, já que o tempo ali mudava rapidamente e com o calor que fazia, a chuva estava próxima.
Eles seguraram-se com força na pequena embarcação, mas o vento aumentava cada vez mais tornando a tarefa de chegarem ao outro lado mais difícil a cada minuto.
Uma rajada de vento especialmente forte soprou e Catarina que estava na ponta da canoa não conseguiu segurar-se e caiu na água.
Ela afundou rápido nas águas escuras, o susto de cair deixou sua reação mais devagar e em segundos ela atingiu o fundo do rio que deixara de ser de águas calmas.
Catarina nunca fora uma eximia nadadora, mas sabia nadar, porém seus pés prenderam-se em alguma coisa e ela, por mais esforço que fazia não conseguia subir de volta a superfície.
Seu ar estava acabando, ela sentia que aquele era o fim.

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