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quinta-feira, 23 de maio de 2013

A Menina que Roubava Livros



Já peço desculpas antecipadas a todos estes que neste momento estão lendo essa resenha, porque não sei se serei capaz de conseguir expressar em palavras o tanto que este livro mexeu comigo.

Liesel Meminger é uma garotinha de nove anos que vive na Alemanha e é deixada pela mãe com um casal para que estes a criem como filha, ela deveria ser entregue a esse casal junto com seu irmão menor de seis anos, mas este morre no caminho, uma marca que persegue a garota por muito tempo.

Liesel passa a morar então com Hans e Rosa Hubermann na rua Himel, e é claro que essa experiência causa alguma estranheza no começo, mas aos poucos a menina vai se adaptando a nova vida.

Cada pessoa naquela rua tem seu detalhe, como a senhora Holtzapfel que tinha desavenças com a senhora Huberman e sempre que passava diante de sua casa cuspia na porta, ou Rudy, um ano mais velho que Liesel e vizinho que acabou por tornar-se o melhor amigo da garota. 

O título do livro diz respeito a uma característica da menina que, logo no início, no enterro de seu irmão já se mostra presente, ela encontra um livro na neve, O Manual do Coveiro, e pega para si como a última lembrança de seu irmão.

Tudo poderia parecer muito comum, se Liesel não fosse uma criança na Alemanha nazista exatamente na época da Segunda Guerra Mundial tendo que conviver com tudo o que isso implicava em seu dia-a-dia, isso desde a obrigação de exaltar Hitler até ter que conviver com o ataque aos judeus.

Essa trama escrita por Markus Zusak é emocionante e me fez pensar em partes da guerra que eu nunca questionei, talvez por ter nascido muito depois do fim da guerra, ou porque essa realidade parece mais uma história de terror que a verdade, nunca me perguntei como as pessoas, que não eram a favor de todo aquele horror viviam, ou como poderia ser seus dias e o que tinham que passar por conta de suas escolhas.

Os personagens da trama são muito bem construídos, a própria Liesel parece-se com uma garotinha no início, e ao longo do livro vamos acompanhando seu crescimento e como pode ser capaz de passar por tantas coisas em tão pouco tempo, e ainda assim ser apenas uma criança normal.

Os pais adotivos da menina também são um capítulo a parte, já que são tão sólidos que até sinto que são verdadeiros, que são pessoas que existiram na realidade e não apenas na imaginação do autor.

Um detalhe interessante, é que a historia não nos é contada por Liesel, o narrador é a Morte, que achei muito justo, já que em uma guerra, esse é o personagem mais presente.

Esse romance não é de forma alguma leve ou bonitinho, então para quem quer ler um romancezinho comum e feliz, descarte esse livro de imediato, esse é um livro forte e retrata a guerra como ela era na verdade, como todo o povo sofria e como o medo reinava o tempo todo.

Para quem gosta de ficar pensando por muito tempo não só no livro que leu, mas em como uma história é capaz de modificar sua percepção perante a vida não espere nem mais um minuto e vá ler A Menina que Roubava Livros. 



 
 

2 comentários:

  1. Oi!!
    Já tem tempos que quero ler A menina que roubava livros, mas ainda não tive tempo.
    Gostei da resenha.
    Espero em breve estar lendo. =D

    http://feliciity-unjourdepluie.blogspot.com.br/

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