...
Quando já estava quase perdendo a consciência sentiu dois
braços enlaçarem em volta dela e puxá-la para cima, até que pôde sentir a
lufada de ar entrar novamente em seus pulmões.
Ela foi conduzida de volta a canoa e o canoeiro puxou-a para
dentro enquanto seu salvador entrava sozinho na embarcação.
_Você está bem? – perguntou Miguel preocupado e pingando
água.
_Estou, estou bem sim – respondeu ela com a voz esganiçada
pelo susto.
Logo estavam de volta á beira do rio com suas sacolas,
exatamente na mesma hora que a chuva começava a cair.
_Obrigada por você ter me salvado, eu não sei o que seria de
mim se você não estivesse lá.
_Não precisa agradecer, foi você quem me salvou primeiro –
ele sorriu afetuosamente para ela e a garota sentiu suas pernas tremerem.
Fizeram o caminho de volta para casa debaixo da chuva sem se
incomodar, afinal já estavam molhados de qualquer forma.
_Espere, eu vou pegar roupas secas para você – disse ela
assim que chegaram a casa.
Miguel começou a tirar suas roupas sem qualquer pudor e
Catarina foi pegar roupas secas tentando ignorar o fato de ele estar nu
novamente.
De costas para ele ela deixou as roupas e uma toalha sobre o
sofá e foi até seu quarto trocar de roupas também, já que estava ensopada e
enregelada pelas gotas frias da chuva.
Quando voltou até a sala Miguel estava terminando de
vestir-se, estava de caças, mas ainda não colocara a camisa e estava de costas
para ela.
Catarina viu nas costas dele dois sinais, pareciam
cicatrizes, mas não pareciam vir de um ferimento, já que eram perfeitamente
retas e simétricas exatamente no meio das costas.
Aquela história a cada minuto parecia mais maluca, de onde
ele tinha vindo? Será que ele era um ser de outro planeta? Não, não podia ser,
ele era gentil e muito bonito, alguém de outro planeta não deveria ser verde e
com dedos cumpridos? Ela sabia que ele era um humano perfeito com tudo o que um
humano comum tem.
Algum mistério ele tinha e disso ela não tinha qualquer
dúvida.
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