...
Quando o sol começou a querer esconder-se seu pai chegou em
casa e parecia exausto.
_Nossa, hoje cataloguei vinte espécies de pássaros, foi um
grande dia!E por aqui, foi tudo bem? – ele olhou direto para Catarina.
_Sim, pai, foi tudo bem.
Ela contou ao pai o que houvera na travessia do rio e ele
pareceu muito mais confiante e agradecido a Miguel do que na noite anterior.
Quando a noite caiu de vez eles começaram a ouvir as
cantigas da festa.
Catarina arrumou-se com mais cuidado que o comum, usou um
vestido florido que lhe acentuava bem as curvas e deixou seus cabelos soltos.
Miguel olhou-a com calma quando ela saiu do quarto e tal
atitude deixou-a imediatamente corada, com seu coração querendo sair pela boca.
O povo da aldeia tinha feito uma grande fogueira e preparado
quitutes.
A música era inebriante e todos dançavam em volta da
fogueira.
Seu pai foi imediatamente falar com o chefe do lugar, eles
já haviam se tornado amigos e Paulo parecia ter sempre algo vital a falar para
ele.
Catarina, porém sentou-se em um lugar afastado da fogueira
para observar o povo dançando, não era muito habilidosa em dançar.
Miguel, porém, foi direto para o meio da roda de dança e
começou a dançar feliz com todos ali.
A garota ficou observando de longe eles se movimentarem ao
redor do fogo, ficou tão distraída que não notou quando uma velha índia sentou
ao seu lado.
_Vejo que você está apaixonada – disse ela num sussurro que
somente Catarina ouviu.
Ela olhou assustada para a senhora, como ela podia saber de
algo assim? A senhora tinha olhos sábios, Catarina sabia quem ela era, chamavam-na
de curandeira, aquela que tinha o dom da cura e muitos vinha a sua procura por
dizerem que ela tinha dons especiais.
Catarina, fora criada para não acreditar em tais coisas,
pelo menos te aquele momento.
_Como a senhora sabe?
_ Bem , eu não precisava ser quem sou para saber disso, já
que está claro como água da fonte. Mas, sou capaz de saber também que isso vai
lhe trazer muita dor, ele não é um ser como nós e ele não ficará aqui por muito
tempo, aproveite enquanto é tempo, minha filha.
_Como assim?
_Você vai descobrir, minha filha.
Ela queria perguntar mais para a velha senhora, queria
descobrir mais sobre aquela história, mas não teve tempo. Miguel veio da roda
de dança e puxou-a para que fosse dançar também e a garota simplesmente não foi
capaz de resistir ao sorriso convidativo dele.
Dançaram todo o tempo que a festa durou incansavelmente.
Paulo tinha voltado para casa mais antes deles, estava
cansado e tinha que acordar cedo no dia seguinte.
Catarina havia se esquecido completamente de tudo o que ouvira
da curandeira, estava tão feliz que nada mais lhe importava e no caminho de
volta para a casa Miguel delicadamente entrelaçou seus dedos nos dela fazendo o
coração da garota disparar loucamente.
Ao chegarem á casa, sentaram-se na entrada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário