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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

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Quando o sol começou a querer esconder-se seu pai chegou em casa e parecia exausto.
_Nossa, hoje cataloguei vinte espécies de pássaros, foi um grande dia!E por aqui, foi tudo bem? – ele olhou direto para Catarina.
_Sim, pai, foi tudo bem.
Ela contou ao pai o que houvera na travessia do rio e ele pareceu muito mais confiante e agradecido a Miguel do que na noite anterior.
Quando a noite caiu de vez eles começaram a ouvir as cantigas da festa.
Catarina arrumou-se com mais cuidado que o comum, usou um vestido florido que lhe acentuava bem as curvas e deixou seus cabelos soltos.
Miguel olhou-a com calma quando ela saiu do quarto e tal atitude deixou-a imediatamente corada, com seu coração querendo sair pela boca.
O povo da aldeia tinha feito uma grande fogueira e preparado quitutes.
A música era inebriante e todos dançavam em volta da fogueira.
Seu pai foi imediatamente falar com o chefe do lugar, eles já haviam se tornado amigos e Paulo parecia ter sempre algo vital a falar para ele.
Catarina, porém sentou-se em um lugar afastado da fogueira para observar o povo dançando, não era muito habilidosa em dançar.
Miguel, porém, foi direto para o meio da roda de dança e começou a dançar feliz com todos ali.
A garota ficou observando de longe eles se movimentarem ao redor do fogo, ficou tão distraída que não notou quando uma velha índia sentou ao seu lado.
_Vejo que você está apaixonada – disse ela num sussurro que somente Catarina ouviu.
Ela olhou assustada para a senhora, como ela podia saber de algo assim? A senhora tinha olhos sábios, Catarina sabia quem ela era, chamavam-na de curandeira, aquela que tinha o dom da cura e muitos vinha a sua procura por dizerem que ela tinha dons especiais.
Catarina, fora criada para não acreditar em tais coisas, pelo menos te aquele momento.
_Como a senhora sabe?
_ Bem , eu não precisava ser quem sou para saber disso, já que está claro como água da fonte. Mas, sou capaz de saber também que isso vai lhe trazer muita dor, ele não é um ser como nós e ele não ficará aqui por muito tempo, aproveite enquanto é tempo, minha filha.
_Como assim?
_Você vai descobrir, minha filha.
Ela queria perguntar mais para a velha senhora, queria descobrir mais sobre aquela história, mas não teve tempo. Miguel veio da roda de dança e puxou-a para que fosse dançar também e a garota simplesmente não foi capaz de resistir ao sorriso convidativo dele.
Dançaram todo o tempo que a festa durou incansavelmente.
Paulo tinha voltado para casa mais antes deles, estava cansado e tinha que acordar cedo no dia seguinte.
Catarina havia se esquecido completamente de tudo o que ouvira da curandeira, estava tão feliz que nada mais lhe importava e no caminho de volta para a casa Miguel delicadamente entrelaçou seus dedos nos dela fazendo o coração da garota disparar loucamente.
Ao chegarem á casa, sentaram-se na entrada.

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