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domingo, 4 de novembro de 2012

...


Ele sentou-se no sofá e ela aninhou-se nele feliz por telo ali ao seu lado.
_Catarina, eu não sei se estou fazendo o que é certo, eu não quero te machucar.
_Você se arrependeu do que me disse ontem – disse ela destroçada diante dessa possibilidade.
_Não, de forma nenhuma, mas eu não sei quem sou, como posso fazer você se apegar a mim?
_Há coisas que não precisam de explicação, Miguel.
Ela olhou pela janela vendo o céu escuro e a chuva que caía implacavelmente.
Repentinamente uma luz caiu do céu, uma luz igual a que trouxe Miguel para sua vida e ela sabia com a força de sua alma que seu tempo com ele tinha acabado.
A luz caiu mais perto da casa do que anteriormente e ela prendeu a respiração rezando para que tivesse tido uma alucinação e não visto o que vira.
_Você viu aquela luz? – perguntou Miguel.
_Sim, eu vi.
Pouco depois alguém bateu á porta.
Catarina temeu o que podia ser, mas preferiu ir atender.
O que ela viu diante de si confirmou todos os seus temores, ali estava uma garota muito parecida com Miguel, tinha longos cabelos negros que estavam muito molhados e feições suaves, quase perfeitas. Vestia um vestido puído e encharcado.
Sem aviso algum a garota entrou na casa e Catarina pode ver o olhar de surpresa de Miguel, como se ele se lembrasse de quem ela era e a expressão ficou séria e impenetrável, as lembranças tinham voltado.
_Então aí está você, Uriel – a moça disse com uma voz de sinos.
_Gadiel? O que você faz aqui?
_Vim te buscar.
Catarina ficou parada junto á porta como uma estátua sentindo que sua felicidade se esvaia e que ela era incapaz de segurá-la, era como tentar prender água em sua mãos.
Miguel olhou-a com dor nos olhos, ele também perdera sua felicidade.
_Eu não vou agora, não até deixar as coisas claras por aqui.
_Mas precisamos de você, precisamos de você lá em cima.
_Eu já disse que vou, mas me dê algum tempo.
_Tudo bem, mas não demore.
A garota saiu da casa tão abruptamente quanto entrara, foi para a chuva e deu a Catarina a visão mais maravilhosa que já tivera em toda a sua existência.
Das costas da garota brotaram asas longas e brancas e com um impulso ela alçou vôo ao céu desaparecendo em questão se segundos.
Catarina olhou para Miguel desolada.
_Você é como ela? – perguntou já sabendo a resposta.
_Sim.

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