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terça-feira, 23 de outubro de 2012

Augusto dos Anjos


Este poeta brasileiro nasceu em 1884 e morreu em 1914, aos 30 anos.
Ele publicou apenas um livro chamado eu e outras poesias


Augusto escrevia de forma pessimista e ele descreve as coisas com termos nada próprios da poesia que estamos acostumados.
Eu conheci esse autor através de um poema dele, chamado Versos Íntimos e me apaixonei por toda a obra dele.
Mas você deve estar se perguntando: Poesia? Que coisa mais chata!
Na verdade as poesias desse autor podem ser tudo menos chatas, essa ideia vem da associação da poesia com os românticos, mas leia versus íntimos que tenho certeza que vai mudar sua visão.

Vês! Ninguém assistiu ao formidável

Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!


Acostuma-te à lama que te espera!

O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.


Toma um fósforo. Acende teu cigarro!

O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.


Se a alguém causa inda pena a tua chaga,

Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!



 Tem também outra que gosto muito, se chama  O Último Credo

Como ama o homem adúltero o adultério

E o ébrio a garrafa tóxica de rum,
Amo o coveiro - este ladrão comum
Que arrasta a gente para o cemitério!

É o transcendentalíssimo mistério!

É o nous, é o pneuma, é o ego sum qui sum,
É a morte, é esse danado número Um
Que matou Cristo e que matou Tibério!

Creio, como o filósofo mais crente,

Na generalidade decrescente
Com que a substância cósmica evolui...

Creio, perante a evolução imensa,

Que o homem universal de amanha vença
O homem particular eu que ontem fui!





Um comentário:

  1. Tia fico feliz por ter essa atitude de fazer um blog adorei tbm essa poesia parabens bjs sua SOBRINHA DOnatela

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